Preciso falar... 
abrir a alma
para que a minha voz grite 
o que meu inquieto coração não pode entender...


Amor, amor, amor... 
no que você se transformou... 
como pode permitir que as pessoas usem você
fazendo com que deixe de ser o reencontro de almas
a descoberta do ser... 
você não é apenas o pulsar do coração
o beijo apaixonado
o tesão que descontrola
a inquietude da paixão...


Não é simples descrever você, amor
nem  tão pouco pratico senti-lo... 
mas hoje vejo você percorrer num mundo sem cores... 
ouço você transitar por entre bocas que não sentem...
que falam o que seus corpos não calam...


Sinto que percorro por caminhos onde não me encaixo
não sou cega para julgar
mas sinto-me surda para sentir
inerte aos movimentos
sem condições de entrelaçar 
o que já não existe laços...


Não me acomodo
não preciso e nem espero ter razão
quero ter você amor
sem transfigurar o que te molda
o que me faz desejar tê-lo em mim...


Ai amor...
amor sentido entre o olhar sincero
e o sorriso emaranhado de emoção
você a tudo transforma
como é possível confundi-lo com as sensações do corpo
você complementa
mas não permite que o corpo sinta 
e a boca balbucie seu nome
fazendo com que vire ilusões em terraços de areia
quando estás presente 
a alma sente 
e o corpo apenas reflete 
o que a boca nem precisa dizer...


Já não te espero... 
e me canso da busca... 
sei que por andas 
haverá uma forma de me encontrar... 
quando não mais existir a esperança misturada 
a desilusão de ter deixado você sair
no momento em que minha alma descalçar dos sonhos
você virá revestido pelo que acredito 
e reluzente com o que desejo 
e ai sim terei certeza 
que ao menos para mim 
você ainda sim será amor...