Palavras soltas, traduzindo pensamentos, sentimentos, desejos e insanidades...

O meu ser desorganizado, unindo tudo aquilo que deveria, mas ainda não é, ou tudo o que é, mas aliado a insensatez do ser, apenas existe...

Um espaço meu que divido com todos aqueles que não se contentam em apenas ser...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A Tal Honestidade



Estava aqui lembrando de um episódio, sim, considero um episódio, porque sou leonina, e encaro cada momento imprevisível da minha vida, como algo escrito por Woody Allen ou Almodovar, mas deixando meus delírios a parte, quero compartilhar um momento vivido, onde eu questionei essa tal da honestidade, não necessariamente a honestidade, mas como hoje ela é vista por nós seres humanos, ou desumanos...

Parei o carro para encher o tanque, quando o frentista, super educado me disse que eu tinha algum problema com o "negocinho" de gasolina, aquele "potinho" que fica lá na frente junto com o motor, e me disseram que sempre tem que ter gasolina para o carro não parar, mas saindo dos meus detalhamentos, quero continuar descrevendo esse acontecimento... bem, após a informação do frentista, pedi a ele que trocasse então o "negocinho", afinal era o aniversário da minha sobrinha e eu não queria me atrasar... o frentista me explicou que não tinha o reservatório, ah... esse é o nome usado, rs... enfim, ele me indicou onde eu poderia trocar, ou arrumar, me passou o endereço do Trabuco, uma loja perto de casa...

Chegando lá, expliquei meu problema e o gerente da loja, nem sequer abriu o capô do carro, disse que não tinha a peça, mas poderia buscar e chegaria em uns 30 minutos, ok, ok... eu não entendo nada mesmo de carro e minha mania de comodidade, me impede de ir procurar, falei que tudo bem e esperaria, liguei meu notebook e comecei a trabalhar, enquanto esperava...

Nesse meio tempo, um dos funcionários da loja, veio com uma cara meio com medo, desconfiada, perguntando se ele podia olhar o "problema" com o carro, achei estranho, mas ok, quem era eu naquele momento pra contrariar, apenas fiz que sim com a cabeça e voltei para as minhas propostas...

Passando mais ou menos uma hora e nada da peça chegar, fui até o carro e falei com o mocinho gentil e assustado, questionei se ainda demoraria muito, quando ele me surpreendeu, "moça, não estava quebrado, apenas a mangueira estava solta, eu já arrumei"

Na hora me envolvi de sentimentos diversos, pois o gerente que nem abriu o capô chegou naquele instante falando sobre a tal da peça, e o preço $300,00... na hora não me contive, e falei, “mas o seu funcionário já arrumou”, ele fez aquela cara de paisagem, tentou emendar uma desculpa, mas que não colou, enquanto eu agradecia ao funcionário e dizia que pessoas como ele ainda me faziam, e fazem acreditar que esse mundo tem jeito...

Perguntei quanto era, obvio que ele disse que nada, eu entreguei o pouco de dinheiro que tinha na carteira e fui embora...

Durante o caminho para a festinha da minha sobrinha, fiquei pensando como vivemos num mundo onde características que deveriam ser comuns, como honestidade e sinceridade, tornaram-se opcionais e acessórios plus do ser humano, enquanto deveriam ser originais de fábrica, todos nós deveríamos vir assim... claro que não tiro o valor daquele rapaz e até me arrependo de não saber o nome dele e poder ter agradecido ainda mais, mas questiono hoje nossos referenciais, acredito que não temos...

O mundo hoje é cercado de trambiqueiros e pessoas desonestas, então quando eu encontro alguém que não me passa a perna, que não me engana, crio praticamente uma festa, o que não é errado valorizar o bom sempre... mas será que a atitude daquele rapaz não deveria ser apenas o esperado???

Enfim, a tal da honestidade ainda existe e para que ela não se perca de vez, depende de mim, de você e de nós, sem falso clichê, essa é a realidade, o mundo começa em nós mesmos e nossas atitudes é que farão esse nosso mundo um pouco melhor.

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